Este texto celebra a essência do feminino, destacando sua conexão com a ciclidade da natureza e a origem da vida através do ventre. Explora como os saberes femininos, muitas vezes negligenciados pela história, carregam um legado de cura, empatia e compaixão. Reflete sobre o vazio histórico das contribuições das mulheres, o impacto do feminino ferido nas mulheres e a importância do autoconhecimento para resgatar a essência da mulher, promovendo prosperidade, autonomia e reconexão com a Mãe Terra. Veja nesse texto:
- A Origem da Vida e o Papel da Mulher
- Os Saberes Femininos e Ciclicidade
- Autoconhecimento Feminino e a Essência da Mulher

A Origem da Vida e o Papel do Feminino
Eu, você e todo ser humano que fez ou faz uma passagem por esse planeta chamado Terra, nasceu do um ventre de uma Mulher. Uma alma que deu à luz a outra alma, por intermédio de uma integração entre o masculino e o feminino, a fecundação. Nossas vidas, assim como toda forma de vida, passam por etapas, processos, evolução e jornadas. Independentemente do tempo e de crenças, a vida nasce de uma junção, de um compartilhar, de uma mãe que gesta e libera para o mundo, através do amor e da energia natural do Universo.
A vida é uma magia que dá forma as almas. A unicidade é a característica mais perfeita de tudo aquilo que é feito por uma mãe, pela mãe natureza ou a mãe Terra. A condução da vida acontece com base nos ciclos da natureza e todo o conhecimento que acumulamos ao longo dessas centenas de milhares de anos que a espécie humana habita a Terra.
É através de observação e registro que a evolução da espécie humana chegou até aqui. Tudo teve um início e nada surgiu do acaso. O movimento das águas, as mudanças climáticas, o ciclo solar, o ciclo lunar, o comportamento dos animais, o desenvolvimento das plantas, a presença de fungos e todo o desenvolvimento das ciências permeiam os mistérios da alma humana.
Os Saberes Femininos e a Ciclicidade
E o que isso tem a ver com os saberes femininos?
A base do feminino é a ciclidade, a Terra é cíclica e gira. Cada vez mais, a alma humana sente necessidade de obter respostas e elaborar novas perguntas. Tanto o feminino como a mulher tiveram sua história ocultada ou mascarada ao longo da evolução humana e das civilizações. Nesse espaço holístico, empático, de compaixão, livre de julgamentos, na qual cada autor traz a própria verdade e compartilha dons, habilidades, conhecimentos, histórias, sonhos, medos e esperanças, eu te convido a experienciar e a sentir a voz de uma alma feminina que tem como legado a cura do feminino no mundo e, consequentemente, o aumento de qualidade de vida e longevidade em nossa casa interna e nossa casa chamada Terra.
A maior parte dos relatos iniciais sobre a história da humanidade é baseada na relação do homem com o tempo, o espaço, as conquistas, o conhecimento e a exploração das terras, das matas, das montanhas e das águas. As relações das mulheres com todos esses aspectos citados não foram consideradas importantes e não fizeram parte dos registros e investigações. Inclusive, a ótica feminina sobre o mundo e as decisões de como ocupa-lo foram descartadas por milênios. Esse vazio histórico está refletido nas mazelas e na história geral das realizações femininas.
Conhecer, mesmo que basicamente a história da mulher e o valor dos saberes femininos é uma maneira de acessar vibrações que trazem, acolhimento, compreensão, serenidade, amor, alegria, verdade e paz. A mulher precisa de espaço para resgate, autonomia e realizações. Nossas crenças são construídas através da história que acontece antes de nascermos e essa construção milenar reflete nas almas e nas mentes de nossas mulheres com o feminino ferido dia após dia.
Uma mulher com o seu feminino ferido, mesmo que por um tempo e em uma determinada fase, é facilmente reconhecida por conta das resistências e bloqueios que precisa enfrentar continuadamente. Ela se sente travada, frustrada, com medo, mesmo sabendo da sua capacidade. Porque não é somente sobre ela. O passado de nossa ancestralidade feminina é de dor, reclusão, exílio, tortura, aprisionamento, submissão, morte, independentemente de capacidades, dons ou habilidades.
Até mesmo nos dias de hoje, mulheres nascem como promessas, sua jornada é ditada mesmo antes delas aprenderem a se comunicar. Suas vozes já se apresentam ao mundo de maneira castrada, pois é ensinado que uma verdadeira mulher precisa cumprir com alguns itens da conduta social adequada. Nem sempre é apenas sobre o seu falar, mas também é sobre sua postura, vestimenta, sua obrigação em sorrir, servir, ser boazinha e agradável, bem como saber dividir e se importar com o que podem falar ou pensar sobre ela.
Mulheres morreram porque ousaram, arriscaram, disseram o que acreditavam ou fizeram incríveis descobertas. Tudo isso está na memória ancestral de uma mulher e a influência no seu jeito de pensar, sentir e agir. Existe uma lealdade sistêmica entre os tempos, as nossas veias e o inconsciente coletivo. A energia do feminino é facilitadora, capaz de gestar e parir, de cuidar e multiplicar, promover segurança e alegria. As origens históricas nos mostram que é preciso uma desconstrução e novas escolhas para crenças e acessos a novos recursos. É aqui que trabalhamos no resgate dessa alma feminina que foi dilacerada lá atrás. Honramos a alma e a história dela nos libertando daquilo que gerou dor e sofrimento.

Autoconhecimento Feminino e a Essência da Mulher
Como a descrição de hábitos, feitos, talentos e descobertas feitas por mulheres é bem pequena ao longo dos tempos, acredita-se que mulheres são dominadas por suas fraquezas e defeitos, ou seja, o julgamento a respeito da tal promessa está sempre presente, o que gera medo e culpa nas mulheres. E é aqui que entra o autoconhecimento, mas não somente o autoconhecimento proveniente dos livros, das várias filosofias e das ciências em si. Vamos tratar agora do autoconhecimento feminino e das possibilidades que ele traz para um mergulho nos mistérios da alma. Ele traz à tona a mulher em sua essência. Independentemente de sua época, cultura, filosofia ou política, a mulher é o que é por inteiro, não muda na sua essência.
A vida de uma mulher é cíclica como a natureza. Mudanças fazem parte. Seus ciclos, suas fases, representações simbólicas, desejos e sonhos mudam constantemente, seja na forma, no tempo ou do jeito que ela quiser. O diferencial de sua alma está na sua forma de conduzir a vida, no jeito de se olhar, cuidar, escolher e realizar. O poder e a sabedoria de uma mulher estão, não só em sua alma, mas na energia feminina dela. Quanto mais conexões ela faz, maiores são os seus acessos de prosperidade e abundância.
A consciência de que cada pessoa vivencia uma estação do ano, um ciclo lunar, uma fase interna, um eclipse, um fenômeno natural, uma alegria ou um trauma é única. A nossa memória registra a forma que vivenciamos o dia-a-dia e é através dela que percebemos o mundo e suas mudanças. Referência é o que nos move ou nos paralisa. Para entendermos que pode ser diferente, é preciso desenvolver olhares variados, perceber com os sentidos e experimentar, aplicar, errar, celebrar, sonhar, realizar, descansar, relaxar, amar e sentir prazeres diferenciados nas formas mais variadas possíveis.
A respiração ou o sopro da vida nos traz consciência, ativa nossas capacidades. O movimento faz a vida acontecer, é uma sinfonia harmônica. Claro que o desafino faz parte. A grande questão é que estamos sendo tolhidas ao errar, aprendemos a nos julgar, punir e reprovar. Com isso, temos dificuldade para ousar, pertencer, merecer e nos amar. Perceber e respeitar a nossa ciclicidade é um grande gesto de cuidado, ousadia, pertencimento, merecimento e amor próprio. É honrar a própria vida, sua história e ancestralidade, dando espaço para a fluidez, a realização, a coerência e temperança. Com a valorização da dor, a pressa, a negação ao envelhecimento, o consumismo, a comparação e a competitividade, fomos deixando de sentir nossa vitalidade e nos distanciando da nossa nutrição natural, aquela doada pela mãe Terra, que desde que nascemos nos designou a prosperar e sentir a vida com abundância.
Mas se a referência não existe, desconhecemos o recurso, mas ao ter contato com uma obra dessas, você já subiu de nível na espiral de evolução e conhecimento. Pode mergulhar em novas fontes de conhecimento, dar oportunidade para literaturas, músicas, histórias, receitas, poesias, jogos, artesanatos, projetos, obras, comidas ou qualquer outra coisa feita por mulheres. Dando a graça e a valorização de que existe muito ali. Permita-se agir sabendo que a decisão, a escolha ou o passo atual é o mais importante, internalize de que não existe o último, é um ciclo. Os desafios nos relacionamentos sempre haverão de existir, é a nossa forma de perceber, agir ou reagir que fomenta as nossas saúdes e as memórias que construímos dia após dia.
O autoconhecimento feminino pode nos fazer perder o medo de sermos vistas ou de passar anos e anos tentando nos encaixar num cenário ou em uma história que não é nossa. É entender que os desafios fazem parte de todos os ciclos, que pagar para aprender é um estágio de evolução e que, se o medo apareceu, é hora de agir porque ele só quer nos proteger do desconhecido e nós sabemos que é para novos lugares que queremos ir. Se sentir perdida ou de fato estar perdida, também é parte da trilha e só melhora a jornada. Não existe apenas uma montanha e, todas elas, assim como nós, são sagradas. O amor da mãe Terra transferido a nós junto do amor de quem nos deu a vida está sempre dentro de nós, mas nem sempre estamos desbloqueadas para acessar essa fonte inesgotável. Não só isso, ao longo de nossas experiências, nos distanciamos daquilo que tem dentro de nós e ainda depositamos barro e pedras no lugar de preciosidades e cristais.
Nossa conta de prosperidade interna se nutri todos os dias com o que fazemos da nossa vida. Ao desenvolvermos olhares, pensamentos, sentimentos e ações que se conectam com a natureza, o céu, as matas, o verde, as águas, as brisas, chuvas, ventos, aromas, belezas e trovões, despertamos aquele amor natural e nos sensibilizamos para perceber o sublime da vida e os valores ou referências que a rodeiam. Ao aprendermos a tirar a reclamação e acrescentar a gratidão, a desacelerar e pausar, a celebrar e recomeçar, a finalizar e experimentar mais uma vez, a perceber que existe o interno e o externo, o seu e o do outro, podemos apreciar a dualidade, os mistérios da alma, a presença da espiritualidade, a riqueza da diversidade, o amor em todas as coisas, a facilidade para ter óticas diferentes e escolher o que fazer ou até mesmo o que perguntar em momentos de tensão, decisão, perdas ou ganhos.
Que esse texto tenha te gerado reflexão, empatia e compaixão. Gratidão pela sua leitura. Eu celebro o seu servir e a conexão que criamos até aqui. Namaste, Pri 💜💙💚